Fazer, por outras necessidades, o que não se faria por opção estética já levou muito artista a contorcionismos criativos.
Vladimir Maiakovsky criou cartazes (ao lado), com o desenhista Rodchenko, para vender brinquedos produzidos em escala na União Soviética do início dos anos 20. Até embalagens de bala e uniformes o poeta desenvolveu.
Clarice Lispector traduziu Agatha Christie e foi ghost writer de textos de etiqueta.
Scott Fitzgerald e William Faulkner foram roteiristas (terminaram dragados por Hollywood).
O pintor Vassily Kandinsky criou logotipos para empresas.
Parnasianos como Bastos Tigre e Olavo Bilac foram profissionais da publicidade, fazendo sonetos para reclames de remédios e cervejarias. É de Tigre o slogan da Bayer (“Se é Bayer, é Bom”).
Criadores de obras nem sempre fáceis ao consumo rápido e à banalização comercial, esses artistas terminaram aceitando, por encomenda, um esquema industrial e desenvolvendo linguagem numa escala artística à parte.
Juntaram, por opção, a fome com a vontade de comer.
quinta-feira, 28 de maio de 2009
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