quarta-feira, 1 de abril de 2009

O fim do rato de livraria

Do muito que se diz da leitura no Brasil, a qualidade do ato de ler é a mais difícil de inferir. O consumo de qualidade se mistura, nas estatísticas, ao papel pintado caça-níquel, à obra religiosa e à autoajuda. O brasileiro lê 4,7 livros/ano. Mas muita classe AB só lê depois dos 19 anos se trabalho e escola exigirem.

LEITURA POR OBRIGAÇÃO
g Indicada pela escola (inclui didáticos) = 3,4 livros per capita.
g Quando não se está mais na escola = 1,3 livros/ano.
Fonte: Retratos da Leitura no Brasil (Instituto Pró-Livro /Ibope Inteligência), 2008

Mas gostaria de falar de um tipo escorraçado: o rato de livraria. Houve tempo em que se colhia a novidade ao vagar das prateleiras. Havia o luxo da descoberta. Hoje, há mais editoras que livrarias (1.800). São uns 500 títulos novos, mês. Não há prateleira para tanto. A maioria mofa no estoque virtual: se o sujeito não sabe de antemão o que quer, improvável que peça ao livreiro. A internet tem tudo, mas como selecionar? O rio vai ao mar e caem os achados de qualidade fora das megaeditoras.

EM LIVRARIAS
g Brasileiros compram 5,9 exemplares de livros/ano.
g Não compram muitos novos = 1,1 por ano.
g Mas são muitos os compradores = 36 milhões de pessoas/ano.
Fonte: Retratos da Leitura no Brasil (Instituto Pró-Livro /Ibope Inteligência), 2008

Ah! É mito que Buenos Aires tenha mais livrarias que o Brasil. Lá, são 400, diz o Centro Regional para o Livro na América Latina e Caribe, o dobro da capital de São Paulo, o que é significativo.

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