Irônica a informação de hoje, do Folha de S. Paulo, sobre exigência de diploma para técnicos de futebol, no ano em que o Supremo derrubou a exigência de diploma para jornalistas.
Não há como comparar as medidas, mas que é piada pronta, é.
A imprensa dava de ombros ao diploma ao contratar articulistas. Mas a não obrigatoriedade é danosa aos repórteres. A médio prazo, é até uma boa, pois fechará muito curso caça-níquel de Jornalismo (uns 13 mil formandos/ano). Mas é canibalizador em cidades sem mercado anunciante sólido (como há nas capitais de SP, RJ, MG, RS, BA etc), em que o sustento da mídia é o político local. A farra do contratante de um profissional e muitos estagiários por redação, com gente mais mal paga e despreparada.
Gilmar Mendes diz que a medida amplia a liberdade de expressão. É preciso garantir a liberdade de articulistas e fontes consultadas, mas trabalhar a notícia exige mais do que isso.
O Supremo desconsiderou que o jornalismo é atividade que requer trabalho técnico com a informação, que não se esgota em consultar as partes envolvidas, mas checar, comprovar versões. Isso, uma pessoa sem formação não aprende apenas atuando na redação (onde aprenderá também vícios e atos anti-éticos, sem ninguém para alertá-lo, como na faculdade).
Agora, a CBF exige o oposto de uma profissão que condena o parreirismo pseudoteórico. A lei já obrigava os técnicos ao curso de Educação Física. Mas o corpo mole imperava.
terça-feira, 11 de agosto de 2009
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